domingo, 27 de outubro de 2013

Sobre a Depressão

Eu sempre senti que tinha algo estranho. Eu convivo com isso faz muito tempo, desde o momento que passei a guardar memórias, eu lembro desse sentimento. E eu achava que o problema era sempre os outros, hoje vejo que o problema sempre foi eu. Sempre me senti deslocada, fora do eixo, isolada, branca no meio do preto, preta no meio do branco. Está sendo ainda muito difícil admitir que tenho depressão.

Na real eu sempre soube, mas não queria aceitar. Disfarçava timidez com risadas, mas, principalmente, disfarçada dor com sorrisos simpáticos. Não que eu seja falsa, mas é desesperador sentir vergonha de sofrer. Logo hoje em dia, em que somos tão cobramos para sermos felizes o tempo todo, e é por isso que sempre me senti tão isolada no meio de tanta “felicidade”.

Há muito tempo pensava em ir num psiquiatra. Fui. Ele não me disse nada que eu já não sabia. Que eu tenho sintomas de transtorno de humor, dda e depressão. Ele falou, que minha depressão pode ser elevada pelo outros dois fatores, e eu não deixei de concordar. Ele perguntou se eu usava drogas, pois pessoas com esses sintomas buscam nas drogas uma válvula de escape, uma maneira de tentar contornar a situação. A minha maneira de aliviar esses sentimentos é praticando exercícios... Mas o que eu ando sentindo falta mesmo é de amigos para me aliviar isso.

Dos meus sintomas, eu não sinto vontade de fazer nada. Se eu pudesse, eu dormiria até o mundo acabar, ou até eu me acabar. Me acabar dormindo, seria maravilhoso. Eu dormiria a eternidade se possível. Pra mim, tudo é um sacrifício. Acordar, tomar banho, fazer comida, arrumar o armário, estudar... Até sair na noite me cansa, porque dá trabalho toda a produção, deslocamento, etc. E como dói não querer fazer nada.

Eu só queria ser feliz que nem a maioria das pessoas. Trabalham a semana inteira, estudam a semana inteira, fazem uma festinha com os amigos no final de semana, e são as pessoas mais plenas e felizes do mundo, ou pelo menos é o que transparecem ser.Eu só queria poder ser um pouco robótica assim, não ser tão dura comigo mesma, mas eu não consigo.


Não sei se admitir essa depressão  vai me levar a algo, mas com certeza eu to enxergando as coisas de um outro ângulo. O ângulo da verdade, e não o ângulo que eu me enganava ter.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sobre o Adeus


                 Nós sabíamos que não iríamos muito longe desse jeito... Mas não precisava ter terminado assim. Tínhamos tudo pra ter dado certo, não deu porque não tivemos coragem pra mudar. A tentação da desistência sempre foi nosso forte, e dificuldade em perdoar sempre foi minha fraqueza. Confesso que ainda penso em ti, mas não pelo fato de te querer hoje, e sim, pela vontade de ter algo que vivi no passado. Apesar dos “eu te odeio para sempre”, ainda te levo no coração, com aquela dorzinha de saudade de algo não poderemos viver, mas que poderíamos estar vivendo. Este é o adeus mais longo que já dei em toda minha vida, mesmo que curta com meus míseros vinte e poucos anos, acredito ter sido o sentimento mais intenso que vivi até hoje. Me perdoe pelo rancor, por não esquecer o que me feriu um dia... O tempo não é breve, mas é a cura parar todo tipo de decepção. O adeus é um convite para um novo olá. 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sobre a devolução


devolvi as promessas não cumpridas
os sonhos não realizados
os planos não concretizados

eu nunca os possui.
mas estavam comigo
por isso devolvi.

o tempo, um dia, já foi eternidade.
hoje vai depressa, escapa pelas mãos
e eu já não posso mais esperar
as palavras jogadas no ar

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre o meu nervosismo.


O meu nervosismo me come pelas beiradas. Vai fervendo minha pele até eu entrar em um estado de transe compulsivo. Esta não é mais eu. Com certeza é algo além do meu subconsciente, que floresce cada vez que me pego em uma situação indesejável.
Por que me tomas? Logo a mim, que se não fosse por ti, seria uma pessoa perfeita.
É por isso que me tens.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobre Pensamentos de Final de Ano

                 Dessa vez eu não parei para pensar nos meus erros. Pois sempre agi com o intuito de acertar. Hoje, parei para pensar nas pessoas que conheci, que falo até hoje ou deixei de falar... Dos amigos, que apesar de não conversar durante muito tempo, quando nos vemos, abrimos aquele sorriso saudosista e a alegria é inevitável, como se tivéssemos nos falado ontem. Das pessoas que entraram na minha vida pra somar, e nas que eu dispensei por me diminuir. Pensei nas pessoas que saíram da minha vida, e não julgo mal por isso. Cada um tem os seus motivos. Mas agora, quem quis desistir de conviver comigo, penso que não deve fazer mais diferença pra mim. Agora, eu só penso nas pessoas que me querem junto, por perto. Só penso nas pessoas que irei conhecer, e que não irão querer mais ir embora. Penso, nas pessoas que certamente vão me ensinar algo, e eu vou ensinar algo à elas. Parei de pensar em quem não me quer por perto, e se não me quer, independente de qual seja seus motivos, não valerão à pena fazer parte do meu pensamento. Porque, infelizmente, foi sofrendo que eu aprendi o mais clichê da vida: que a vida é muito curta pra gente se importar com quem não se importa com a gente.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sobre Dois Meses


                      Tem gente que acha que um mês ou dois é pouco tempo... Pouco tempo? Não pra mim. E acredito que muitos pensem como eu. Em dois meses, eu parei de roer as unhas, agora elas estão enormes, e eu não pareço mais um guri, haha! Em dois meses, ri até doer, chorei a ponto de soluçar, achei que nada mais ia dar certo. Pensei em desistir, continuei a lutar. Estou aprendendo a sofrer em silêncio. Perdi a fome, emagreci 4kg! Estudei, resolvi exercícios que achei que seriam impossíveis de serem resolvidos, e errei questões que eram tão óbvias que fui incapaz de acertar... Entrei em pânico em uma festa, por me sentir deslocada, e depois acabei rindo de mim mesma, por me achar tão distante de tudo isso, mas querendo fazer parte disto. Acordei de ressaca e jurei, mais uma vez, nunca mais beber. Brinquei com minha cadela, ria enquanto ela, por cima de mim, tentava me beliscar com mordidinhas suaves. Abracei minha mãe, como não fazia há muito tempo. Ri e chorei no quarto dela, deitada ao lado dela. Amei. Se fui correspondida não importa. O importante é que eu amei.